Filarmónica Arganilense

Segundo Carlos da Capela, a primeira filarmónica que existiu em Arganil, foi fundada no ano de 1852, sob a direcção e incentivo do Padre Manuel da Costa Vasconcelos Delgado, grande organista e compositor de Música Sacra, distinto discípulo do organista do Seminário de Coimbra, Joaquim Gaspar das Neves e continuada por seu sobrinho, também padre, Joaquim Inácio de Vasconcelos.

Entretanto, logo em 1853 o Professor Ribeiro de Campos funda outra Filarmónica com regência do maestro José Tomás de Aquino.

Em 1856, com o falecimento do Padre Vasconcelos Delgado, começa a banda por ele formada a entrar em decadência e uns anos mais tarde, com alguns músicos desta e outros da entretanto extinta banda do Prof. Campos, surge o Padre Dr. Luís Caetano Lobo e forma uma nova banda, da qual foi o próprio regente.

Sabe-se que esta banda denominada de Banda Recreativa de Arganil, chegou a atingir grande nível artístico, pois o Padre Caetano Lobo, era um “artista genial e de categoria elevada”.

A parte restante da filarmónica inicialmente formada pelo Padre Vasconcelos (e depois famosa Banda do Padre Inácio) reorganiza-se com o nome de Filarmónica Constança Arganilense, e assim passam a coexistir, durante muitos anos, duas bonitas bandas de música que, apesar de terem engrandecido culturalmente Arganil, também lhe trouxeram alguma intranquilidade e originaram algumas vezes atitudes menos dignas, para quem com as artes se quer.”

[…] Com a da implantação República e com o clima de entendimento e de paz que este movimento desejava, e que era portador do seu ideário e do seu programa, logo em Arganil se movimentaram as pessoas para que se acabasse com a disputa entre as bandas[…], o que acabaria por se verificar, embora com vozes discordantes, em Julho de 1911.

Assim, sob a presidência do Padre Francisco de Vasconcelos e regência de João Mendes Ribeiro. as duas Bandas fundem-se e dão origem á Filarmónica Arganilense que se mantém viva até aos nossos dias.

Além de vários mestres que ocasionalmente e por curtos períodos de tempo a regeram, foram seus principais regentes e que maior dinâmica lhes transmitiram, além de João Mendes Ribeiro. Os saudosos arganilenses José Augusto da Costa Ferreira, Adriano Ribeiro Mendes e João Martins Vinagre

Actualmente, e desde há dezasseis anos. sob a regência do também arganilense Fernando da Silva Martins. tem esta realizado várias actuações, quer locais, quer noutros pontos do país e do estrangeiro, nomeadamente em espectáculos televisivos e participação nas Europeades de Folclore de Martinhy na Suiça e de Renes em França.

 

Reza a tradição que, no passado, num concerto conjunto com a Filarmónica de Coja, realizado no coreto da Fonte dos Amandos, em Arganil, a Arganilense brilhou tanto que logo o público a apelidou de pintassilgos, e à de Coja de bezerros, o que não é de admirar, dada uma certa rivalidade que ainda hoje existe entre Arganil e Coja.

 

Grupo Folclórico da Região de Arganil

Este grupo foi criado em 1977, sob o nome de Grupo Folclórico Unidos de Arganil, baseado no repertório etnográfico de um grupo já existente em Arganil há cerca de 30 anos. Tem vindo sempre a primar por mais autenticidade e fidelidade em relação ao que eram as gentes e os costumes desta zona serrana nos tempos passados.

Sempre norteado por uma identidade com a região onde se insere e que fielmente representa, passou a denominar-se, a partir de 1985, Grupo Folclórico da Região de Arganil.

Ao longo da sua existência, o seu funcionamento tem sido efectivo e relevante, desenvolvendo várias actividades de carácter cultural e de tempos livres, tais como:

  • Trabalhos de pesquisa e recolha de danças, cantares, músicas, trajes, trabalhos característicos da vida rural, etc.;
  • Actuações em todo o país, em festivais de folclore
  • Participação em “Feiras como há 100 anos”
  • Actuações em variados eventos organizados pelas autarquias locais, Escola Secundária de Arganil e comissões de festas;
  • Participações em eventos organizados pelo INATEL e pela Federação de Folclore Português, entre outros;
  • Participação em programas da RTP e da TVI;
  • Ensino de música, canto e dança popular;
  • Deslocações ao estrangeiro actuando nas comunidades Arganilenses emigradas na Bélgica, Luxemburgo, França, Espanha e Brasil;
  • Participação em quatro Europeades de Folclore: Dinamarca, Espanha, Itália e França;
  • Participação no Festival “El Mediterrâneo” em Múrcia (Espanha);
  • Participação no COFIT (Terceira – Açores)
  • Realização de vários convívios;
  • Gravou e editou dois discos (1 LP e um single) e duas “cassetes”.

 

Rancho Juvenil da Casa do Povo de Arganil

Foi em 13 de Junho de 1960, dia festejado em honra de Santo António, que o professor José Dias Coimbra, a seu tempo presidente da Casa do Povo de Arganil, acompanhado de bons carolas, fundou o Rancho Infantil e Juvenil.

Com um breve interregno de três anos o agrupamento voltou em força quando do concurso e programa “Vai ou Taxa” da Radiotelevisão Portuguesa, realizado em Arganil, no Teatro Alves Coelho.

De então para cá a participação em festas, feiras, romarias e festivais tem sido uma constante de norte a sul do país e em Espanha, lado a lado com os melhores grupos de folclore.

Vários têm sido os ensaiadores e colaboradores que nesta longa jornada deixaram o seu nome escrito a letras de ouro na história e tradição do Rancho. Injusto seria que não falássemos de José da Silva Moreira, Lurdes Ventura (Marilu) e Alfredo André.

Não podemos nem devemos, igualmente esquecer quantos rapazes e raparigas, hoje quarentões, ali dançaram e cantaram, nem tampouco de quantos tocadores deram às melodias a sua arte e saber.

Mas, o homem forte desta causa, é sem dúvida o jovem nonagenário, Antero Gonçalves de Almeida que, com o seu velho harmónio, continua a dedicar-se de alma e coração ao folclore da Serra do Açor.

Muitas das danças foram por si transportadas do seu tempo de juventude no Colmeal para o Rancho, por isso se mantém com a autenticidade que o folclore exige.

São exemplo disso, “Os Carreirinhos da Serra”, Fado Mandado, Vira do Colmeal, Vira Roubado, Enleio, etc.

Também os trajes diversificados procuram, de uma forma autentica representar o vestuário utilizado em finais do século XIX quer nas lides do campo, quer em festas ou ocasiões especiais, como os noivos, as ceifeiras a sachadeira do milho, o homem da ribeira o pastor, a carvoeira, o apicultor, etc.

 

Tuna Popular de Arganil

Tuna Popular de Arganil, assim é designado este agrupamento musical, com sede na Vila de Arganil e constituído como Associação de Cultura a 12 de Novembro de 2002.

Surgiu no ano de 2001 por iniciativa do seu Maestro – Tiago Mateus, e com a colaboração de um grupo de amigos. Conta com 43 elementos, com idades compreendidas entre os 6 e os 72 anos. Dos 43 elementos 26 têm idade inferior a 30 anos.

Os jovens são estudantes que se repartem desde o 1º Ciclo do Ensino Básico até ao Ensino Superior.

É um grupo que possui um vasto e diversificado repertório, contemplando, desta forma, a música tradicional, a canção ligeira e as marchas. A Tuna Integra, ainda, 2 inéditos – Marcha da Tuna e Hino a Arganil, cujas músicas são da autoria de Tiago Mateus, maestro da tuna e as letras de Graça Moniz, também elemento da tuna.

Gravaram dois trabalhos discográficos, os quais tiveram uma grande aceitação por parte do público.

Contam já com um bom número de actuações, quer a nível do concelho de Arganil, quer fora dele e ainda 5 participações televisivas – RTP1, SIC e TVI –, e uma Digressão a Paris em 2007.