Nogueira

 

Rua Principal

Pedra do Álamo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ORIGEM DA NOGUEIRA

Nogueira aparece primeiramente descrita nas minutas para os Forais da Vila de Arganil, e demais lugares da Beira na era de 1213 no Reinado de D. Afonso II [1]
Já existia no século XIV, pois o Foral Manuelino de Arganil confirma-lhe os direitos concedidos por carta de D. Afonso IV (informação do falecido historiador Dr. António Gonçalves Matoso no 1º Congresso Regionalista da Comarca de Arganil em 1960).
Segundo a mesma obra o número de casas da Nogueira em 1527 era de 20, o que só era ultrapassado pelas sedes de Freguesia então existentes no concelho.
Nos séculos XVII e XVIII era normal a Nogueira encontrar-se representada nas vereações da Câmara Municipal e na mesa da Misericórdia

 

CAPELA DE SANTO ANTÓNIO

Capela de Stº António

 

Em 1739 já existia, pois foi contemplada no testamento do Padre Manuel Caldeira, arganilense da família Quaresma Caldeira de Lemos, que foi um dos primeiros protetores e beneméritos do futuro Santuário do Mont’Alto.
A Capela de Santo “Antoninho”, como carinhosamente é designada, pelos seus devotos, foi muito protegida na transição do século XIX para o século XX pelo sacerdote Nogueirense António Luís Matias, que a adornou de alfaias e paramentos e possivelmente de algumas das imagens mais antigas. O Padre Matias faleceu no Porto, em 1917, onde era conservador do registo predial e deixou na Nogueira uma interessante residência, a Casa do Porto, recentemente reconstruída.
A Capela de Santo António, sempre acarinhada pelas mordomias da festa anual, recebeu novas imagens e importantes obras de beneficiação nos anos cinquenta, custeadas pelo saudoso nogueirense Massagista Manuel Marques e sua esposa, senhora muito devota do padroeiro da Nogueira, terra que nunca esqueceu.
A torre do campanário e do relógio foi construída no princípio do século XX, por um grupo de Nogueirenses e Lombenses. Diz a tradição que se encontra afastada da capela, do outro lado do Largo do Santo, para que o som das horas e do sino fosse melhor ouvido na vizinha e amiga povoação da Lomba.

 

NOGUEIRENSES ILUSTRES DE ÉPOCAS PASSADAS

Manuel da Costa Heitor, que nasceu na Nogueira cerca de 1725, teve uma vida aventurosa ao serviço do Conde de Unhão e mais tarde negociando por conta própria nos reinos de Castela e de França. Regressou rico e casou na Quinta da Bica, em Pombeiro da Beira. Foi o trisavô do ilustre escritor Visconde de Sanches de Frias.

Padre Manuel da Costa de Vasconcelos Delgado, que viveu de 1790 a 1856 e foi um dos mais ilustres Reitores de Arganil, era filho de um Nogueirense que teve o emprego público do Correio de Arganil e se chamou Gabriel José da Costa. Dele descenderam, entre outros, as famílias, os “Rebelos” e “Arnauts” da Lousã e “Vasconcelos” de Arganil, a que pertenceram o Dr. José da Costa de Vasconcelos Delgado; o primeiro Director da Faculdade de Letras de Coimbra, Dr. António Garcia Ribeiro de Vasconcelos; e o regionalista Dr. Vasconcelos de Carvalho.

 

Comendador Padre António Luís Matias – Nasceu em Nogueira aos 19 de Janeiro de 1837, filho de António Luis e Maria da Costa naturais da Nogueira, neto paterno de Matias Luis e Maria Martins, esta natural da Aveleira e ele natural e moradores na Nogueira, e materno de José da Costa e Cecília da Costa naturais da Nogueira. Foi Conservador do Registo Predial do Porto vindo a falecer em 16 de Setembro de 1917[2]

José da Fonseca Travassos – Filho da Nogueirense Luísa de Jesus Travassos e de João Jorge da Fonseca, foi Proprietário e Director do Colégio de S. Pedro em Coimbra. Licenciado em Teologia, e finalizado o seu tirocínio académico para a carreira Eclesiástica no Seminário de Coimbra, dedicar-se-ia a ensinar Português e Latim no Colégio Moderno até extinção por falecimento do seu fundador.[3] Em 1920 adquire o Colégio de S. Pedro de Coimbra, colégio antigo de tradição honrosíssima, e ocupa o cargo de Director do 1º Internato do País, que se encontrava interligado com a Universidade de Coimbra.[36] Em 1927 era já considerado um dos mais importantes do País pela sólida educação e instrução que nele se ministrava.[4][5] Dirigiu o Colégio de S. Pedro de Coimbra, por mais de 50 anos.

 

Manuel Marques, “O Homem de coração de ouro e mãos milagrosas”, “o 12º Jogador”, nasceu na Nogueira, a 19 de Setembro de 1910 e faleceu em Lisboa a 12 de Maio de 1990. Diplomado inicialmente em enfermagem, profissão que exerceu brilhantemente nos Hospitais Civis de Lisboa e nos Serviços Médicos da CP, no entanto seria a sua especialização como massagista, ao serviço da medicina desportiva, que viria a celebriza-lo, não só no seu clube de sempre, Sporting Clube de Portugal, que serviu durante 54 anos, como na Seleção Nacional a partir de 1942.
Recebeu dois Prémios Stromp, em 1963 na categoria – Dedicação, e 1984 na categoria – Especial, num evento da mais alta importância do Sporting Clube de Portugal. Foi-lhe concedida pelo Governo a medalha de Mérito Desportivo, mas entre as quais a mais sensibilizante das homenagens seriam a de Arganil e Nogueira em 07 de Setembro de 1982.

 

Dr. Fernando Travassos “Médico do Povo “[6]
Fernando Manuel Nogueira Travassos, filho do Nogueirense Francisco Travassos de Almeida (vereador da Câmara Municipal de Arganil) e de sua Esposa Sr.ª D. Eulália Martins Nogueira Travassos, nasceu a 01 de Fevereiro de 1922 e foi batizado na Igreja matriz de Arganil aos 24 de Agosto de 1922.[7] Após frequentar o liceu em Coimbra prosseguiu os seus estudos Universitários em Medicina, na mesma Cidade, tendo concluído os preparatórios Médicos em Outubro de 1942. [7] Concluído o curso de Medicina em 1948, iniciou os primeiros passos da sua carreira Clínica (que viria a ser brilhante) em Baleizão, nas quentes planuras do Alentejo. [7] Tornar-se-ia médico do Hospital da Misericórdia de Ansião em 1950, cedo conquistando as gentes da região pelas suas qualidades humanas e pela excelência do seu profissionalismo. Em 1970 no exercer da sua profissão em apostolado de amor ao próximo, viria a ser agraciado por amigos e população, com um automóvel, e homenageado aos 06 de Janeiro de 1975, em que perfazia 25 anos de início da sua atividade. [7] Vice-Presidente do Conselho Fiscal da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários e Diretor do Centro de Saúde de Ansião de 1974 a 1992. Foi o primeiro distinguido com Medalha de Mérito Municipal, grau Ouro, atribuída em 1990 pela Câmara Municipal de Ansião, e pelos profissionais de saúde, com o descerramento de uma lápide no Centro de Saúde de Ansião, a 24 de janeiro de 1992, ano em que completou 70 anos de idade e foi aposentado.”[8] Dizia: “Não há doentes ricos nem pobres, apenas pobres doentes”.[9] Um filho desta terra apelidado muito honrosamente de “Médico do Povo”, faleceu a 27 de Janeiro de 2018.

Coronel Amândio Travassos de Almeida Nogueira – Oficial das Forças Armadas Portuguesas- Irmão de Fernando Manuel Nogueira Travassos.
-Tenente Coronel sub-chefe de estado maior da 3ª Região Militar em Évora, Chefe de Estado Maior em TETE (Moçambique). Três condecorações Honoríficas da Ordem Militar de Avis pela presidência da República: -1961/04/11 Oficial (O)- -1970/08/01 Comendador (Com)- -1981/02/06 Grande Oficial (GO).[10]

 

MOVIMENTO REGIONALISTA DA NOGUEIRA

Teve a sua origem nas comissões que, no princípio do século passado se constituíram para promoverem as obras de utilidade pública, financiadas por conterrâneos emigrados, em especial na América.
A primeira regularmente constituída foi fundada em 1922 por António Travassos de Almeida e propunha-se captar e distribuir as águas da Nogueira e construir a estrada para Arganil.

Estas e outras propostas foram, em 10 de Agosto de 1930, retomadas com a fundação, em Lisboa, da União Nogueirense, que viria mais tarde absorver aquela e outras comissões locais que entretanto se tinham formado.
Foram fundadores da União Nogueirense: António da Pena, José da Pena Júnior, António Rosário da Costa, João Travassos Correia, Manuel Marques, Manuel da Costa Guerra, Manuel Martins Serra, João André, João Correia da Pena, António Luís de Almeida, António da Costa [Filipe], António João Miranda, Aurélio Marques, João Fernandes Travassos, João Brás de Almeida, José Nunes Júnior, Manuel André da Costa, Manuel Antunes de Carvalho, Antonino Antunes Bento, António Correia da Costa, Francisco da Costa Bernardes e Manuel Travassos de Almeida.

José Caldeira

Nogueira na Wikipédia

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[1]  Arquivo Nacional da Torre do Tombo – Minutas para os forais da vila de Arganil, Nogueira

[2]  Jornal “A Comarca de Arganil” – 27 de Setembro de 1917

[3]  Jornal “A Comarca de Arganil” – 16 de Junho de 1910 – nº481

[4]  Jornal “A Comarca de Arganil” – 27 de Setembro de 1927

[5]  Jornal “A Comarca de Arganil” – 11 de Dezembro de 1973

[6]  Jornal “Correio da Manhã” – 29 de Janeiro de 2018

[7Jornal “A Comarca de Arganil”

[8]  Câmara Municipal de Ansião – 27 Janeiro 2018

[9]  Jornal “Correio da Manhã” – 29 de Janeiro de 2018

[10]  http://www.ordens.presidencia.pt/?idc=153&list=1